Quando eu enxergava, gostava muito de praticar a pesca e rios, e não foi por causa da falta da minha visão que deixei de praticar este esporte. Em minhas pescarias aconteceram algumas coisas muito interessantes. Ainda no ano de 1982, quando foi inaugurada a barragem de São Paulo do Potengi, fui convidado por seu Edgar Dantas que era pai de Emanuel, colega de escola, que me disse: Elias a barragem encheu e tem muita pescadinha, você quer ir pescar? Eu vou para a fazenda do meu irmão que fica em Curicaca. Chamei o meu irmão Eduardo para ir comigo. Chegando lá, seu Edgar pediu ao vaqueiro da propriedade para nos levar em uma canoa e nos deixar em outra, lá no pesqueiro que ficava a 900 metros daquela propriedade. Passou um pescador logo cedo e me disse: Você não quer comprar o meu peixe? E eu logo pensei, se eu não pescar nada chegarei em casa com estes peixes. Decidi comprar aqueles peixes e os coloquei amarrado em um saco de farelo de trigo por fora da canoa, os peixes pesavam era 30 quilos. Continuei a pescaria porem, naquela tarde eu não pesquei nada. Contudo, ao chegar à noite meu irmão disse: vamos embora, pois o seu Edgar disse que nós voltássemos às cinco horas. Entretanto, começou a cair mariposas, que são pequenas borboletas, e as pescadinhas começaram a comer na flor da água e ficamos entretidos. Foi quando eu disse: vamos embora! Então meu irmão começou a remar e disse: Elias eu não estou sabendo para aonde estamos indo, está escuro e tem muitos cajueiros e mangueiras dentro da barragem e eu acho que nós estamos perdidos. O que vamos fazer? Eu respondi: eu vou gritar para ver se alguém escuta. Coloquei-me de pê na canoa gritando bem alto tem alguém aiiiiiii? Eu ouvia o eco da minha voz bem longe. Foi quando alguém respondeu; Aquiiiiii! Eu ouvi e disse: Eduardo vá naquela direção, pois alguém respondeu, e eu gritava e a voz respondia. Quando nós chegamos à outra margem da barragem, um velhinho disse: É a minha Maria? Eu respondi não, eu sou Elias e Este é o meu irmão Eduardo. Nós estamos perdidos, viemos pescar e estávamos na propriedade de Leonel, que irmão de seu Edgar Dantas, e ele falou que nós estávamos muito longe, e ele pensara que era o menino que tinha acompanhado a sua esposa até a cidade, pois a mesma não tinha muita experiência na barragem. Perguntamos a ele como voltar, e ele disse que nós remássemos e quando passássemos por três cajueiros logo iríamos achar mais cinco, e assim nós fomos e parecia mais com um labirinto. Novamente estávamos perdidos, as vinte uma horas, pensei em botar fogo em um cajueiro, alguém vai ver e vai nos achar. Meu irmão disse vem ali uma canoa com uma luz, pode ser que seja o vaqueiro nos procurando. Chegando perto de nós aquele canoeiro falou: vocês estão dando preocupação, já era pra terem voltado e dissemos que estávamos perdidos, e ele guiou a nossa direção e chegando em terra o peixe que eu havia comprado estava todo estragado e foi assim aquela aventura.
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